"A Ditadura surgiu contra a desordem nacional. Era um dos expoentes dela o parlamentarismo e a desregrada vida partidária: a nossa realização da democracia foi, sem contestação, lamentável. A culpa era ou do regime parlamentar ou dos seus servidores: quanto mais absolvermos estes, mais culpas encontraremos naquele [...].
O processo da democracia parlamentarista está feito; a sua crise é universal; supõem ainda alguns que esta é passageira e provocada pelas dificuldades igualmente transitórias do presente momento; os restantes crêem que findou para sempre a sua época. A Ditadura Nacional, precursora em mais de um ponto de um largo movimento de renovação política, declarou dissolvidos os partidos; estavam porém neles, pode-se dizer, as maiores forças políticas da Nação. Alguns homens públicos tiveram a intuição do momento e vieram colaborar com a Ditadura; muitos alhearam-se, [...] muitos seguiram clara ou encapotadamente o caminho das conspirações e das revoltas e têm sido sucessivamente reduzidos pelo Exército à impotência. [...]
Nós temos uma doutrina e somos uma força. Como força, compete-nos governar: temos o mandato de uma revolução triunfante, sem oposições e com a consagração do País; como adeptos de uma doutrina, importa-nos ser intransigentes na defesa e na realização dos princípios que a constituem. [...]
Alguns homens dos antigos partidos supõem-se ligados por uma disciplina que, no estado actual da política portuguesa, devo dizer, já nada significa. Independentemente disso, eles não sabem se devem trabalhar com a Ditadura e ingressar na União Nacional: este problema, porém, não pode ser resolvido por nós. A União Nacional vai ser uma espécie de padrão por onde se hajam de aferir a inteligência e o patriotismo dos homens."
O processo da democracia parlamentarista está feito; a sua crise é universal; supõem ainda alguns que esta é passageira e provocada pelas dificuldades igualmente transitórias do presente momento; os restantes crêem que findou para sempre a sua época. A Ditadura Nacional, precursora em mais de um ponto de um largo movimento de renovação política, declarou dissolvidos os partidos; estavam porém neles, pode-se dizer, as maiores forças políticas da Nação. Alguns homens públicos tiveram a intuição do momento e vieram colaborar com a Ditadura; muitos alhearam-se, [...] muitos seguiram clara ou encapotadamente o caminho das conspirações e das revoltas e têm sido sucessivamente reduzidos pelo Exército à impotência. [...]
Nós temos uma doutrina e somos uma força. Como força, compete-nos governar: temos o mandato de uma revolução triunfante, sem oposições e com a consagração do País; como adeptos de uma doutrina, importa-nos ser intransigentes na defesa e na realização dos princípios que a constituem. [...]
Alguns homens dos antigos partidos supõem-se ligados por uma disciplina que, no estado actual da política portuguesa, devo dizer, já nada significa. Independentemente disso, eles não sabem se devem trabalhar com a Ditadura e ingressar na União Nacional: este problema, porém, não pode ser resolvido por nós. A União Nacional vai ser uma espécie de padrão por onde se hajam de aferir a inteligência e o patriotismo dos homens."
Oliveira Salazar, Discursos (1928-34), vol. 1, Coimbra, Coimbra Editora, s.d.
Analise as afirmações de Salazar no quadro da oposição do novo regime à república parlamentar.